google.com, pub-4606529578615391, DIRECT, f08c47fec0942fa0

Cardeais se preparam para o conclave sob atenção mundial e debates internos sobre o futuro da Igreja

Com os olhos do mundo voltados para o Vaticano, quase 200 cardeais da Igreja Católica estão reunidos diariamente na sala Paulo VI para as congregações gerais — encontros fechados onde discutem os rumos da instituição milenar e os critérios para a escolha do novo papa. A movimentação acontece às vésperas do conclave, que terá início no dia 7 de maio, oito dias após a morte do papa Francisco, ocorrida em 21 de abril, aos 88 anos.

Do lado de fora, jornalistas e turistas acompanham atentamente a movimentação. “Eminência, eminência!”, gritam repórteres ao avistarem cardeais com suas tradicionais faixas e solidéus vermelhos. Muitos evitam falar, passando discretamente com olhares baixos ou sorrisos contidos. Outros, como o cardeal iraquiano Louis Raphaël I Sako, comentam o clima entre os participantes: “O ambiente é fraternal e sincero. Há um espírito de responsabilidade para escolher alguém que dê continuidade ao legado de Francisco”.

Entre os temas discutidos nas reuniões está a crise de abusos sexuais na Igreja — um dos assuntos mais delicados da gestão de Francisco e que seguirá como desafio central para o próximo pontífice. Apesar da influência de Francisco, setores mais conservadores desejam uma guinada doutrinária no próximo papado.

Com 135 cardeais eleitores — todos com menos de 80 anos — o conclave será realizado na Capela Sistina, onde permanecerão isolados do mundo até que um nome seja escolhido e a tradicional fumaça branca anuncie ao mundo: Habemus Papam.

Historicamente, o processo pode durar poucos dias. Tanto a eleição de Francisco, em 2013, quanto a de seu antecessor Bento XVI, levaram dois dias. “Espero algo curto, talvez dois ou três dias”, disse o cardeal Sako.

Entre os nomes mais cotados para suceder Francisco está o italiano Pietro Parolin, atual secretário de Estado do Vaticano e experiente diplomata, com passagem pela Venezuela. Especialistas o veem como uma opção de continuidade ao estilo de Francisco, mas com perfil mais reservado. Ele lidera as apostas da casa britânica William Hill, seguido pelo filipino Luis Antonio Tagle, o ganês Peter Turkson e o também italiano Matteo Zuppi.

Leia também: https://mnegreiros.com/quem-foram-os-papas-com-os-mandatos-mais-longos-e-mais-curtos-da-historia-da-igreja-catolica/

Os cardeais eleitores — 80% dos quais foram nomeados por Francisco — vêm de regiões antes pouco representadas no alto clero, o que torna o cenário ainda mais imprevisível.

Um episódio recente envolveu o cardeal Angelo Becciu, de 76 anos, que havia sido destituído de suas funções por Francisco após envolvimento em escândalos financeiros. Embora tivesse participado das reuniões preparatórias, foi formalmente impedido de votar. Após relutar, Becciu anunciou sua retirada. “Decidi obedecer, como sempre fiz, pensando no bem da Igreja”, disse em nota enviada à AFP por seu advogado.

Enquanto o mundo aguarda a definição do novo líder espiritual de 1,4 bilhão de católicos, o conclave — envolto em tradição, simbolismo e expectativa — continua a fascinar fiéis e observadores.

Com informações de © Agence France-Presse


Descubra mais sobre

Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.

Comente a matéria:

Rolar para cima