Cientistas da Universidade de Kansas, nos Estados Unidos, identificaram duas espécies irmãs de quase primatas, chamadas “Primatomorfas”, que datam aproximadamente 52 milhões de anos. O estudo foi publicado na revista científica PLOS ONE, na quarta-feira 25, e revela que essas espécies são as mais antigas a habitarem no norte do Círculo Polar Ártico.

Segundo a autora do estudo, Kristen Miller, do Instituto de Biodiversidade e Museu de História Natural da Universidade de Kansas, ambas as espécies, denominadas Ignacius mckennai e I. dawsonae, são descendentes de um antepassado comum que seguia em direção ao norte com um “espírito aventureiro”, para ir “corajosamente aonde nenhum primata jamais foi”.

Ilustração artística do quase primata Ignacius dawsonae | Foto: Kristen Miller/Universidade do Kansas

Isso se deve ao fato de os espécimes terem sido encontrados na ilha de Ellesmere, em Nunavut, no Canadá, em camadas de sedimentos relacionadas ao Eoceno, período de temperaturas mais quentes, que poderia indicar como seriam os ecossistemas nos próximos anos devido à “mudança climática”. “Nenhum parente dos primatas havia sido encontrado antes em latitudes tão extremas”, acrescentou Kristen.

“Eles são mais comumente encontrados ao redor do equador em regiões tropicais”, continuou a autora do estudo. “Consegui fazer uma análise filogenética , que me ajudou a entender como os fósseis da Ilha Ellesmere estão relacionados a espécies encontradas em latitudes médias da América do Norte – lugares como Novo México, Colorado , Wyoming e Montana. Mesmo no Texas, temos alguns fósseis que também pertencem a esta família.”

Características dos primatas identificados pelo cientistas

“Para ter uma ideia de como era Ignacius, imagine um cruzamento entre um lêmure e um esquilo com cerca de metade do tamanho de um gato doméstico”, comentou o professor Chris Beard, de ecologia e evolução biológica pela Universidade de Kansas. “Ao contrário dos primatas vivos, Ignacius tinha olhos nas laterais da cabeça (em vez de voltados para a frente como os nossos) e tinha garras nos dedos das mãos e dos pés em vez de unhas.”

Os pesquisadores também descobriram que as duas espécies eram um pouco maiores que seus parentes mais próximos, um grupo de primatas conhecidos como Plesiadapiformes, localizados no sul. Com isso, os especialistas acreditam que as adaptações das espécies árticas, durante uma época de aquecimento global, mostram como alguns animais poderiam evoluir na atualidade.





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