Você já sabe que a Cervejaria Petrópolis, dona da Itaipava, pediu recuperação judicial, com dívida de R$ 4,2 bilhões?
A Cervejaria Petrópolis é uma das maiores do país, com cerca de 15% de participação no mercado nacional. Ela é dona das marcas Itaipava, Crystal, Petra, Black Princess, Lokal e Cabaré, além de distribuir a cerveja alemã Weltenburger e a energética TNT. A empresa tem oito fábricas em sete estados e emprega mais de 26 mil pessoas.
No entanto, a companhia enfrenta uma crise financeira há cerca de 18 meses, causada pela queda nas vendas, pela alta dos juros e pela pandemia de covid-19. Segundo a petição apresentada à Justiça do Rio de Janeiro na segunda-feira (27), as dívidas da empresa somam R$ 4,2 bilhões, sendo 48% financeiras e 52% com fornecedores e terceiros.
Para evitar a falência e renegociar seus débitos, a Cervejaria Petrópolis entrou com pedido de recuperação judicial, um instrumento legal que permite que uma empresa em dificuldades continue operando enquanto busca um acordo com seus credores. A empresa também pediu uma medida cautelar para suspender os pagamentos já agendados e liberar os recursos bloqueados em bancos.
A Justiça do Rio deferiu o pedido de recuperação judicial e a medida cautelar nesta terça-feira (28) e nomeou os administradores judiciais do processo: o escritório Zveiter Advogados e a empresa Preserva-Ação. A Cervejaria Petrópolis terá agora um prazo de 60 dias para apresentar um plano de recuperação judicial, que deverá ser votado pelos credores em uma assembleia geral.
O pedido de recuperação judicial da Cervejaria Petrópolis é um dos maiores do setor de bebidas no Brasil e pode ter impactos no mercado de cervejas. A empresa é uma das principais concorrentes da Ambev, líder do segmento com mais de 60% de participação. A recuperação judicial pode afetar a capacidade de investimento, produção e distribuição da Cervejaria Petrópolis, abrindo espaço para outras marcas ganharem mercado.
Além disso, o processo pode trazer à tona questões relacionadas à gestão e à governança da empresa, que é controlada pela família Faria e tem sido alvo de investigações por suspeitas de lavagem de dinheiro e sonegação fiscal. A Cervejaria Petrópolis nega as acusações e diz que está colaborando com as autoridades.
A Cervejaria Petrópolis afirma que o pedido de recuperação judicial é uma medida necessária para garantir a continuidade das operações e preservar os empregos. A empresa diz que tem confiança na recuperação do mercado de cervejas no Brasil e que espera superar as dificuldades financeiras com o apoio dos credores, fornecedores, clientes e consumidores.
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