O conclave que elegerá o novo papa começará na quarta-feira, 7 de maio, com a primeira fumaça prevista para a tarde do mesmo dia. A informação foi confirmada nesta segunda-feira (28) pelo diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni, durante coletiva com jornalistas no Vaticano.
Na manhã do dia 7, será celebrada a tradicional missa “pro eligendo Pontifice” na Basílica de São Pedro. À tarde, os cardeais eleitores seguirão para a Capela Sistina, onde poderá ocorrer a primeira votação. Nos dias seguintes, estão previstas quatro votações diárias: duas pela manhã e duas à tarde.
Embora o conclave pudesse começar no dia 5 de maio, conforme rumores entre os cardeais, a data foi postergada para permitir a conclusão dos preparativos logísticos, como a adequação da Capela Sistina e a acomodação dos cardeais. A Casa Santa Marta, que abriga os eleitores, possui 126 quartos, mas o número atual de cardeais com direito a voto é 135. Segundo Bruni, soluções alternativas estão sendo consideradas para acomodar todos.
A escolha do dia 7 também visa oferecer tempo para que os cardeais, muitos dos quais foram nomeados recentemente e pouco se conhecem, possam discutir livremente durante as congregações gerais. “Os cardeais ainda estão se conhecendo”, disse o cardeal sueco Anders Arborelius, de 75 anos.
Quinto dia de congregações reúne mais de 180 cardeais
Mais de 180 cardeais, entre eleitores e não eleitores, participaram da quinta congregação geral nesta manhã. Mais de 100 têm direito a voto, e cerca de 20 usaram da palavra em uma reunião que durou aproximadamente três horas e meia.
Ainda não foi divulgada a lista oficial dos votantes. O cardeal croata Vinko Pulji? e o espanhol Antonio Cañizares Llovera alegaram motivos de saúde para se ausentar, embora possam ainda comparecer. Por ora, o número de eleitores permanece em 135.
Becciu e Cipriani: presenças controversas
Entre os temas discutidos, os cardeais refletiram sobre os desafios atuais da Igreja e os atributos esperados do novo pontífice. Entre eles, a evangelização, o diálogo inter-religioso e a resposta à crise de abusos sexuais.
Dois nomes, no entanto, geram controvérsia: o italiano cardeal Angelo Becciu, destituído por Francisco do direito de votar em 2020, afirma ter o direito de participar. O papa teria enviado uma carta pedindo sua exclusão, mas, segundo Bruni, nenhuma decisão definitiva foi tomada.
Já sobre o cardeal Juan Luis Cipriani Thorne, arcebispo emérito de Lima (Peru), sancionado em 2019 por envolvimento em casos de abuso, Bruni evitou comentários. Ele apenas afirmou que “todos os cardeais são convidados às congregações gerais”. Cipriani, de 81 anos, foi visto em Roma nos últimos dias.
Preparativos e segurança para o conclave
A Capela Sistina já está fechada ao público para receber as adaptações necessárias: mesas, cadeiras, dois fornos que gerarão a fumaça preta ou branca e equipamentos de segurança. Em breve, jornalistas terão acesso para visitas guiadas antes do início oficial do conclave.
Além do camerlengo Kevin Farrell, responsável pela administração interina da Santa Sé, três cardeais foram designados para auxiliá-lo: Reinhard Marx, que atua fixamente, e Luis Tagle e Dominique Mamberti, que se revezarão a cada três dias por sorteio.
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