Bolsonaro reclama de falta de carros blindados e acusa governo Lula de perseguição
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou ao Brasil nesta quinta-feira, 30 de março, após passar quase dois meses nos Estados Unidos, onde participou de eventos conservadores e se encontrou com o ex-presidente Donald Trump. Em seu retorno, Bolsonaro se reuniu com lideranças do Partido Liberal (PL), que o acolheu como presidente de honra da sigla, e fez duras críticas ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Uma das principais queixas de Bolsonaro foi a retirada dos carros blindados que ele alega ter direito como ex-presidente da República. Em um vídeo publicado em suas redes sociais, Bolsonaro mostrou os veículos oficiais que o esperavam no aeroporto de Brasília e afirmou que eles não eram blindados. Segundo ele, a Casa Civil, comandada pelo ministro Rui Costa (PT), teria tomado essa decisão após o anúncio de sua chegada.
“Na segunda-feira, tinha direito a dois carros blindados”, disse Bolsonaro. “Com o anúncio da minha chegada, a Casa Civil os retirou. Estou com dois carros normais. Você pode perguntar: ‘Tem amparo na lei ou não?’. Não está definido. A gente vê acontecendo essa questão do PCC… Não tenho peito de aço. Vou tentar buscar um carro blindado para mim.”
Bolsonaro se referiu ao plano da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) de assassinar o senador Sérgio Moro (União-PR), ex-ministro da Justiça e Segurança Pública de seu governo e seu principal adversário político na direita. O plano foi revelado pela Polícia Federal, que abriu uma investigação sobre o caso.
O ex-presidente disse que a retirada dos carros blindados era um “recado” do governo Lula e uma forma de perseguição política. “Não é uma atitude racional por parte desse governo que está aí, e eu nunca persegui ex-presidente de nenhum partido”, afirmou Bolsonaro. “Tudo que foi pedido, nós concedemos. Agora, comigo, anunciam: ‘Não há mais carros blindados para você’. Estão dando um recado. Só posso entender isso aí.”
Em nota, a Casa Civil negou que tenha havido qualquer mudança na escolta de Bolsonaro e afirmou que nenhum ex-presidente tem direito à utilização de carro blindado. A pasta disse que segue a Lei nº 7.474, de 8 de maio de 1986, que prevê que os ex-presidentes têm direito a dois veículos oficiais e os respectivos motoristas. “Nenhum ex-presidente utiliza veículos blindados
cedidos pela Presidência da República”, diz a nota.
Com informações da Revista Oeste