Representantes de diversas organizações não governamentais (ONGs) estão pedindo a demissão do presidente do Banco Mundial, David Malpass, depois que ele se recusou, na terça-feira 20, a comentar sobre o impacto dos combustíveis fósseis no aquecimento global.

Durante uma mesa redonda organizada pelo jornal The New York Times e dedicada ao financiamento do combate ao aquecimento global, o presidente da instituição foi várias vezes questionado sobre o impacto dos combustíveis fósseis nas mudanças climáticas. Ele recusou-se a responder.

No evento, integrante da Semana do Clima de Nova Iorque, realizado paralelamente à Assembleia Geral das Nações Unidas, Malpass era instado a dizer se reconhecia o suposto impacto. “Você aceita o consenso científico de que o uso de combustíveis fósseis está aquecendo perigosa e rapidamente o planeta?”, perguntou o moderador do evento, três vezes.

Diante da pressão do público, o presidente do Banco Mundial declarou: “Não sou cientista.” Na resposta, ele também destacou o “enorme esforço” do Banco Mundial para ajudar no financiamento do combate ao aquecimento global.

O comentário de Malpass provocou muitas reações de ONGs que têm o aquecimento global como bandeira. Os ambientalistas defendem a demissão de presidente da instituição internacional de financiamento. “O Banco Mundial não pode ser dirigido por um cético do clima. O presidente [norte-americano Joe] Biden e a diretoria da instituição devem demiti-lo imediatamente”, disse Luisa Galvao, da associação Friends of the Earth, em nota.

“Com Malpass no comando, o Banco Mundial não pode ser confiável para ser um parceiro no desenvolvimento sustentável”, disse Bronwen Tucker, da Oil Change International.

O Banco Mundial não se manifestou sobre a reação das ONGs.

No dia anterior, o ex-vice-presidente Al Gore acusou Malpass de ser “cético em relação ao clima”, afirmando que sob sua direção o Banco Mundial não conseguiu melhorar o financiamento de projetos climáticos em países em desenvolvimento.

Considerado um fiel apoiador do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, que o indicou para a chefia da instituição, Malpass foi eleito presidente do Banco Mundial em abril de 2019.

Leia também: O autoritarismo escondido numa ‘emergência climática‘, artigo de Brendan O’Neill publicado na Edição 123 de Oeste, e ‘Falar que o clima é controlado pela atividade humana é patético’, entrevista com o climatologista Ricardo Felício, publicada na Edição 73 de Oeste.





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