Polícia Civil da Paraíba, por meio da 3ª Superintendência Regional e da 15ª Delegacia Seccional sediadas em Patos, deflagrou a “Operação Fianza”, nesta quarta-feira, com a finalidade de cumprir mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão expedidos pela Comarca de Teixeira.
De acordo com a PC, um delegado atuante em Teixeira costumava cobrar vantagem indevida e apropriar-se de bens apreendidos quando da lavratura de autos de prisão em flagrante. A investigação foi realizada em conjunto com o Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público da Paraíba (Gaeco/MPPB) e o apoio do Instituto de Polícia Científica e da Polícia Militar da Paraíba.
O delegado – cuja identidade não será revelada por causa do segredo de justiça imposto ao processo – abordava os presos, parentes e advogados para que lhes pagassem algum valor indevido com o fito de baixar o valor a ser pago a título de fiança, o que configura o crime de corrupção passiva.
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De acordo com o delegado Cristiano Jacques, superintendente Regional de Polícia Civil, a investigação, que durou aproximadamente três meses, constatou a prática dos crimes, o que culminou com a expedição de mandado de prisão contra o delegado e a decretação de medidas cautelares contra os advogados, além da expedição de mandados de busca e apreensão para as suas residências e para as residências das pessoas beneficiadas pelos crimes.
O delegado-geral da Polícia Civil, André Rabelo, indicou que essa é uma marca da nova gestão da Polícia Civil: “atuação firme contra crimes funcionais e atuação com os órgãos parceiros para a consecução dos objetivos”. Ressaltou ainda que “é intolerável que servidores públicos detentores de parcela do poder estatal se corrompam e subvertam o sistema de justiça criminal, além da participação de advogados em crimes dessa natureza, que tanto ferem direitos fundamentais e a própria democracia”.
O delegado seccional de Patos, Yuri Givago, relatou que a operação de campo contou com policiais da Delegacia de Homicídio e Entorpecentes de Patos, da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado e do Grupo de Operações Especiais, tendo sido cumpridas todas as ordens emitidas pela justiça. Acrescentou que o delegado será custodiado na Central de Polícia de João Pessoa, à disposição da Justiça.
A operação foi deflagrada às 6h, participando da força-tarefa representante da Corregedoria-Geral de Polícia e dos representantes da Ordem dos Advogados do Brasil, da Draco, GOE, DHE-PATOS e GTE-Sousa. Os alvos dos mandados foram trazidos à sede da 3ª SRPC, aonde foram ouvidos e encaminhados conforme a decisão judicial.
Também se constatou que dois advogados atuantes em Teixeira participaram de negociações, tendo ambos oferecido dinheiro ao delegado para que seus clientes fossem beneficiados.
Com informações da PC/PB