Luiz Schiavon, tecladista e um dos fundadores da banda de rock RPM, morreu na madrugada desta quinta-feira, 15, aos 64 anos. A informação foi confirmada pela família em nota oficial. O músico lutava contra uma doença autoimune que tratava há quatro anos e sofreu complicações após uma cirurgia.

“Luiz era, na sua figura pública, maestro, compositor, fundador e tecladista do RPM, mas acima de tudo isso, um bom filho, sobrinho, marido, pai e amigo”, diz o comunicado. Segundo a família, o velório e o enterro serão privados. “Portanto, a família decidiu que a cerimônia de despedida será reservada para familiares e amigos próximos e pede, encarecidamente, que os fãs e a imprensa compreendam e respeitem essa decisão.”

Luiz Schiavon nasceu em São Paulo em 5 de outubro de 1958. Em 1977, formou-se no Conservatório Mário de Andrade. Aos 16 anos conheceu Paulo Ricardo, com quem fundou a banda de jazz fusion Aura, depois rebatizada em RPM. Na juventude, chegou a cursar arquitetura, mas abandonou para seguir carreira na música. O RPM foi fundado em 1983 por Schiavon, Paulo Ricardo, e o guitarrista Fernando Deluqui e o baterista Paulo Antônio, o P.A., morto em 2019.

Inspirados pela música eletrônica e o som dos novos sintetizadores, o grupo revolucionou o rock brasileiro logo em seu primeiro disco, Revoluções Por Minuto (1985), enfileirando hits como Rádio Pirata, Olhar 43 e Loiras Geladas. Nos anos seguintes, eles assinam contrato com o empresário Manoel Poladian e saem em turnê Radio Pirata Ao Vivo. Na época, eles criaram um mega espetáculo, com uso de canhões de raio laser, cenografia e iluminação diferenciada, com produção de Ney Matogrosso. O espetáculo se transforma em um imenso sucesso e eles lançam o álbum ao vivo do show, vendendo 3,7 milhões de cópias e se transformando na banda de maior vendagem nacional até então.

O estrondoso sucesso criou desentendimentos entre os quatro integrantes, que se separaram em agosto de 1987. No ano seguinte, eles tentaram retornar com o álbum Quatro Coiotes, que ficou muito aquém nas vendas, comparado com Rádio Pirata Ao Vivo. Nos anos seguintes o grupo ensaiou um retorno ao palco, mas sempre sem a presença de um ou outro integrante. Em 2002, a banda experimentou um revival com o MTV RPM 2002, com os quatro membros originais juntos novamente, inclusive com o retorno do empresário Manoel Poladian. Segui-se uma turnê mas logo depois o grupo voltou a se desentender.

Nos anos seguintes, Schiavon passa a trabalhar como maestro no programa Domingão do Faustão, na Globo, onde ficou entre 2014 e 2010.

Em 2017 o grupo entrou numa batalha judicial pelo uso do nome do grupo, tendo de um lado Paulo Ricardo e do outro os outros três integrantes. Mesmo assim, o grupo seguiu na estrada, sem Paulo Ricardo, com Dioy Pollane nos vocais e baixo, até a morte de P.A Pagni, em 2019. O músico foi substituído por Kiko Zara, na bateria. Afastado para tratar da doença, Luiz Schiavon estava sendo substituído por Luiz Gus Martins, Jo Borges e Tato Andreatta nos teclados.

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